Às vezes, quando abro o jornal fico arrepiadinha com o que leio.
Então não é que o Tribunal de Setúbal condena uma tipa por maus tratos a crianças deficientes, mais especificamente por amarrar os pés e as mãos a um menino de 7 anos para que este não acordasse a dita senhora, e após terem recorrido da sentença, vem o Supremo tribunal de Justiça dizer, passo a citar:
“
Na altura, o Ministério Público recorreu da decisão para o STJ, que agora diz que fechar crianças em quartos é um castigo normal de «um bom pai de família» e que as estaladas e as palmadas, se não forem dadas, até podem configurar «negligência educacional.”O QUÊ???????????????
Li e reli. Será que foi o jornalista que se enganou a escrever a notícia? Como mãe, cidadã, contribuinte, pessoa, não posso acreditar que foi esta a decisão!
Mas eu estou a viver onde? Na china?
Alguém me pode informar em que país é que eu estou que agora eu estou baralhada?!
UPDATE
O Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça. Vale a pena ler - ficamos a saber, que tal como acontece em muitas instituições do nosso país, esta "senhora", não tinha qualificações para desempenhar as funções que tinha. Assim sendo, a culpada não é só ela. Passo a citar"
Aliás estaria excluída a própria negligência, atentas as condições pessoais e de saúde da recorrente, afectada com uma grave depressão, motivada pelas condições de trabalho que lhe eram impostas (foi dado como provado que a arguida trabalhava 16 horas por dia, 6 dias por semana, tendo a seu cargo 15 utentes, todos deficientes, sem ter preparação profissional para desempenhar as funções de responsável do Lar, nomeadamente para lidar com deficientes mentais);"
Concluo que tudo isto é muito grave e levanta demasiados precedentes. Só não vê quem nao quer.
A unica parte válida (para mim) é que o STJ não a absolveu. Mas com este acórdão e para mais tornado público, não vai faltar muito boa gente a citar esta decisão para justificar o injustificável. Para além do mais, a comunicação social, para fazer capa e alarido, apenas publicou uma MANCHETE e que nos conduziu a reacções a quente, as mesmas que com certeza que levam uma pessoa a induzir "maus tratos".
Não quero desculpar nada e nem ninguém e muito menos atribuir culpas. Mas, eu também concordo que uma palmada dada na hora certa faz falta. Eu também tenho que recorrer a castigos. Eu como mãe também sou educadora. Mas acho incorrecto a comparação de uma educação normal como outra especial como é o caso dos deficientes.
Fico por aqui só para não errar (mais).