terça-feira, julho 18, 2006
Quando finalmente tomei coragem e saí de casa fiz a mim mesma uma série de juramentos, dos quais alguns bastante absurdos (tipo; nunca mais quero homem algum), outros que passaram a modos de vida e passei a aplicar até nos meus relacionamentos de amizade.
Acima de tudo não são meras promessas de amor-próprio, são princípios de respeito pela minha vida e logo, pela dos meus semelhantes, familiares e amigos.

Conheço bem o estado de espírito de pura angústia, do negro profundo que se sente, da cedência constante e do condicionar a vida inteira à disponibilidade do outro.
Apesar da lucidez me ter atacado em tempo oportuno, e não tardiamente e ao final de muitos anos como acontece a muita gente, foi o suficiente para analisar de forma rigorosa a maneira como me relacionava com o sexo oposto, e altera-la.

Nunca fui a nenhum especialista. O dinheiro nunca abundou e tive que criar a minha filha sozinha, apenas com alguma ajuda dos meus pais. Mas procurei saber sobre o assunto, falei com pessoas que passaram pelo mesmo (sempre fui muito analítica), e partilhei experiências e vivências.
Encontrei pessoas que não o faziam uma vez, mas vezes sem conta, como se usassem os relacionamentos para afastar as dores do passado, normalmente de uma infância de pai ou mãe alcoólicos, maus-tratos ou abandono. Eram dependentes da emoção, mas da emoção negativa, da dor, da impossibilidade por motivos transcendentais dos amores, e se se envolvessem com alguém “normal”, depressa acabaria por ser monótono e lhe faltar o dramatismo da luta e da incerteza. Só assim é que sentiriam a emoção amorosa. Como se amor fosse sinónimo de sofrimento.

Hoje em dia está provado que é uma doença, mas não se ouve ainda falar tanto como o vício de certas drogas, do trabalho e até do vício do sexo.

O mais difícil, como em todas as doenças, é a pessoa admitir que é doente. E este sem dúvida que foi o meu passo mais difícil. Na minha introspecção, admitir que não estava bem, que não sabia amar, principalmente que não ME sabia amar e identificar que a chave disto se encontrava numa infância pouco feliz no que respeita a atenção paterna (o meu pai tratava-nos tipo regime militar).
Vi que o meu erro de ter casado aos 19 anos com uma pessoa negligente, violenta e imatura foi praticamente inevitável. Li que é como se fosse uma tentativa inconsciente de resolver um conflito que causou muita mágoa ou dor.
Sei que, para os outros que estão de fora parecemos enfermeiras, amas, empregadas e etc e tal, mas nunca parecemos pessoas que amam e são amadas.

Hoje posso dizer que fronteira entre o que fazemos para ser feliz e o que NOS fazemos na tentativa de ser feliz é muito ténue e facilmente confundida. É aí que cometemos a maior parte das asneiras e a coisa piora significativamente quando se passa até a prejudicar a nossa relação com os outros, por vezes até familiares, em função desse(s) suposto(s) amor(es).

Quando a coisa começa a passar os limites da emoção existe sempre um escape para que nos deixemos de sentir. O meu foi a bebida. Mesmo no final da relação, todos os dias antes de me deitar mandava uma garrafa abaixo, para ficar dormente. Como a minha filha já tinha uns mesitos depressa me apercebi que o caminho era a força e a procura de ajuda, pelo nosso bem-estar, por ela… e por mim.

Mas estes limites revelam-se com todo o tipo de distúrbios. Desde a medicação excessiva a distúrbios alimentares e por aí fora.

Para não me alongar muito mais, posso dizer que não me incomoda falar do meu problema, que se ajudar alguém com situação idêntica, ficarei mais feliz. Daí partilha-lo sempre que acho que deva ou sinta.
Claro que não existem relações perfeitas, como não existem problemas sem resolução. Mas tal como tudo, temos de olhar ao espelho e ver friamente se a causa dos nossos principais problemas não está em nós e nas nossas escolhas. E a via não é simplesmente dizer ou acreditar quando as coisas estão mal: “Não presto", "A culpa é minha", "Ninguém gosta de mim." "Ninguém me compreende" – isso é apenas mais um sinal da doença - está em compreender o problema, aceita-lo e partir para a cura em auto estima e amor próprio.
Quase como o slogan: se não soubermos amarmo-nos, como vamos saber a quem amar e como amar?

A vida é cheia de coisas boas. Temos de ser dignos delas.
Ainda não tenho uma casa, um emprego efectivo e longe de ser o que gostaria. Mas hoje sou muito mais feliz do que era. Sou feliz comigo e com os que amo.
 
posted by Aragana at 3:59 da tarde |


42 Comments:


At julho 18, 2006 4:16 da tarde, Blogger Choninha

Adorei o teu poste Aragana. Obrigada pela partilha! Está escrito com muita lucidez. E é tal qual: conheço muita gente dependente do reboliço da paixão que faz de tudo para estar com o outro anulando-se a si mesma.
És uma grande mulher! Lá estou eu a ser repetitiva!! Um beijo, muito grande, para ti e para a tua pequena mulherzinha.

 

At julho 18, 2006 4:30 da tarde, Blogger Luis Carlos

Aragana,

Magnífico!!!!
Estou em lágrimas (sim, os homens também choram).

Apenas me posso inclinar a minha coluna vetebral juntamente com a minha cabeça, perante este testemunho pessoal de uma vida cheia, cheia de tudo, que foi vazia, e agora está cheia, e cada vez mais cheia.

Estou aqui a tremer com a vibração que me transmitiste através das tuas palavras, quase poderia dizer o mesmo da minha vida, fora alguns factos particulares, mas no essencial foi e é assim mesmo.

Posso te dizer que te amo (neste momento assim na forma destas minhas palavras neste teu blog, não baralhar!!!), mas antes eu amo-me. E é por aqui que se deve começar a mudança para uma vida em cheio e em pleno.

Por último, tomei a liberdade de refazer uma frase tua: "Mas hoje sou muito mais feliz do que era" para "Hoje sinto-me muito mais feliz do que era, porque na essência, na raiz do meu ser, eu sou feliz".

Beijos, eu amo-te,
Luís Carlos

 

At julho 18, 2006 5:02 da tarde, Blogger Blossom

Amiga Aragana, mais uma vez demonstras que és uma MULHR com letra maiscula, que não tens medo nem vergonha de partilhar com os outros as tuas vivências, os teus erros e as tuas vitórias. Admiro-te muito por isso. És com certeza uma mulher excepcional. Se erraste em alguma parte da tua vida, se foste ao fundo, soubeste, e muito bem, dar a volta por cima. Tem calma e paciência, que as coisas boas tardam a aparecer, mas não falham.

Beijos e obrigada por estas lições que nos dás

 

At julho 18, 2006 5:43 da tarde, Blogger Francis

porra aragana, que grande post, louvo-te a coragem e a lucidez.

erros todos nós cometemos, haja coragem para assumir.

a partir de hoje o teu futuro só pode ser bem melhor.

chapeau.

 

At julho 18, 2006 5:44 da tarde, Blogger Aragana

Opá.. eu nao vos quero a chorar pá....
Assim nao vale...

Vá, aguenta, num chora....

 

At julho 18, 2006 5:53 da tarde, Anonymous Anónimo

então Ganita é isso mesmo que todos queremos, apenas ser feliz! e se te sentes a caminhar por estradas mais seguras... continua, é porque estás no bom caminho e não tarda mesmo nada chegas lá! beijoka

 

At julho 18, 2006 6:29 da tarde, Blogger L

Minha linda.

Muita coragem vai nesse coração e nessa alma. Tanto por partilhares com o mundo, como admiti-lo a ti própria e andar para a frente.
Por ti e pela tua filha. Parabéns!

Beijos cheios de ternura para as duas.

emn***

 

At julho 18, 2006 7:05 da tarde, Blogger Borboleta

Gostei muito deste post. Sinceridade e coragem. Falaste num assunto que muitas pessoas não falam.

És uma grande mulher. Desejo-te muitas felicidades! Com a tua filhota e aqueles que escolheres para fazerem parte da tua vida.

:) Beijinhos

 

At julho 18, 2006 7:08 da tarde, Anonymous Anónimo

É por isto que sempre que penso em ti penso na grande Aragana. Grande por tudo o que tem dentro de si e partilha com os outros. E ainda bem que estás feliz e nos fazes felizes por isso. Xicoração grande.

 

At julho 18, 2006 7:26 da tarde, Blogger BÓLICE

Eu não vou chorar... mas vou-Te felicitar e desejar que hajam muitas mais pessoas como tu no mundo. UM BEM HAJAS... ganda maluca, ganda Aragana... e não te chamo p'lo nome porque não sei! Mas que é grande, "É" com certeza!

intÉ =D 'Ganita, és a MAIOR

 

At julho 18, 2006 7:32 da tarde, Blogger Aryana

Aragana, acredites ou não, eu tenho muito respeito pelas mulheres porque são capazes de aguentar c o mundo ás costas... O amor de uma mãe nunca se deve substimar e por isso nunca t substimes, tu és forte! Admitir que a nossa vida não é perfeita é preciso coragem, admitir os erros e tentar resolvê-los é de se louvar...

És uma verdadeira MULHER!

bjs*

 

At julho 18, 2006 8:40 da tarde, Blogger S. C. R.

Fiquei bastante emocionada a ler as tuas palavras. Escreves lindamente!

eu confesso que tenho problemas de gostar de mim... não me sinto feia nem nada disso, não sou de modo nenhum "burra", mas o que é certo é que ninguém gosta de mim...
É triste!

Um grande beijo

 

At julho 18, 2006 9:14 da tarde, Blogger Stella

Amiga já estou em lágrimas, por ter lido a tua história, por rever a minha histõria na tua. Estou aqui pareço uma anormal a chorar. Demonstraste que es uma grande mulher. Eu estou orgulhosa em ti, e nas decisões que tomaste, tal como me orgulho de mim, e de ter olhado para o David e ter pensado que aquilo não era para nós. Nos, mulheres que passamos por estas coisas, e que conseguimos encontrar amor proprio, temos de nos sentir orgulhosas de tudo o que conseguimos, eu tb nao tenho casa, nao tenho trabalho efectivo, mas agora tenho me a mim, tenho a escolha das minhas decisões, das minhs acções, faço que eu quero e quando quero, coisa que durante 12 anos não fiz. sabe me bem poder fazer isto, acredita. E agora tb eu como tu, sustento o meu filho sem a ajuda do outro, mas sabe me melhor assim.
E uma merda amar ou pensar que amamos de tal forma que nos tornamos farrapos.

Estou orgulhosa em ti, por teres saido da situação em que estavas e por falares disso sem problema.

Somos grandes mulheres... e os nossos filhos, vão, tb ficar orgulhosos de nos.

Beijinhos Rainha...e boa bicicletada....

 

At julho 18, 2006 9:20 da tarde, Blogger Nunovsky

Fantástico texto. E o parágrafo final diz tudo: se não estamos ainda no ponto que queremos, devemos sempre pensar que já estivemos mais em baixo.

Admiro-te!

 

At julho 18, 2006 10:07 da tarde, Anonymous Anónimo

um relato sensivel ao qual não poderemos ficar indiferetes...porque alias já muitas passamos por algo parecido...com coragem e determinção estas no caminho da felicidade isso as vezes é o mais dificil de encontrar...
um abraço
apenas eu

 

At julho 18, 2006 11:01 da tarde, Anonymous Anónimo

Parabéns Aragana, pela partilha, pela clareza das palavras, pela maturidade das palavras, pela consciência das palavras, pela coragem das palavras.
Parabéns mesmo Aragana!!!!
beijosss da Princesa

 

At julho 18, 2006 11:54 da tarde, Blogger Tia Concha

Aragana:

Aqui a "Tia Cochna"( só para amigos, private joke), não ficou com vontade de chorar, mas sim orgulhosa de Uma Mulher que ousou por fim ( como muitas Mulheres)a uma vida de tristeza e auto-anulação da sua condição feminina.

Primeiro, é um testemunho que serve como exemplo daquilo que não quero para mim, nem para ninguém;

Segundo; mais vale só ( com a menina dos teus olhos), do que mal acompanhada;

Terceiro, A NÓS, AOS QUE GOSTAM DE NÓS E O RESTO QUE SE F*** ( desculpa mas o vernáculo consegue ser muito objectivo);

Quarto, tenho orgulho em ser Mulher e te ter como semelhante;

Quinto, aulas de defesa pessoal são do melhor que há;

Sexto, quando uma porta se fecha, abre-se uma janela;

Séptimo, Mulher todo o tacho tem o seu testo.

Há alguém que ainda vai merecer tudo o que ainda tens para dar, e dar-te aquilo que realmente mereces: AMOR ( eu sei já recebes da menina dos teus olhos...)

ps- entusiamei-me!beijinhos

 

At julho 19, 2006 1:15 da manhã, Blogger vinte e dois

Uma situação bem delicada... mas gostei da revirevolta final, desse positivismo todo... assim é que é!! ;)

 

At julho 19, 2006 9:46 da manhã, Blogger BÓLICE

AJUDA...lol... tenho uma ÓpÁ lá no meu quintal, cuarago!!!!!!!!!


ihi ih ih ih ih ih iiiiiiiii...

 

At julho 19, 2006 9:54 da manhã, Blogger Paula

Parabéns por teres ultrapassado o problema e seres capaz de falar abertamente sobre ele!! Sabes, eu acho que é habitual que nos culpemos pelos problemas, devemos é ser capazes de os ultrapassar! Bj

 

At julho 19, 2006 10:54 da manhã, Blogger BÓLICE

Não é uma OPA... é uma ÓpÁhhh! lol

 

At julho 19, 2006 11:47 da manhã, Blogger Cherry Blossom Girl

Se és feliz ctg própria e com os que amas, então só podes estar contente!!!O amor é tudo na vida, a é a essência de tudo o resto, pelo menos é nisso que eu acredito!!!

Beijinho enorme
***

 

At julho 19, 2006 1:11 da tarde, Anonymous Anónimo

Fiquei com um sorriso ao ler o teu texto... :)

Um beijinho grande e força amiga, vais chegar lá,agora que acreditas em ti tudo será mais facil!

 

At julho 19, 2006 1:31 da tarde, Anonymous Anónimo

Sempre te achei uma grande mulher, lutadora e autêntica... mas agora, depois de ler este teu texto passei a admirar-te ainda mais... não que não tivesse conhecimento mas porque consegui perceber nas tuas palavras que "já passou!", entendes? Consigo perceber cada palavra, cada sentimento... e sim, devemos falar, devemos alertar pois do outro lado do ecrân pode estar alguém em situação idêntica... Continua assim, miga, feliz contigo e com os que amas... pois esta é mesmo a essência da Vida! Um beijo do tamanho do teu Ser... Grande!

 

At julho 19, 2006 1:38 da tarde, Blogger JPS

Argana.
Entre nós basta um abraço.

(Estiveste muito bem! Especialmente por ti e pela tua menina)

 

At julho 19, 2006 2:56 da tarde, Blogger waterfall

É isso mesmo! Bola p'rá frente!

 

At julho 19, 2006 3:01 da tarde, Anonymous Anónimo

Ola´!!! è a primeira vez que comento o teu blog mas já sou uma leitora assidua há muito tempo!!!!!
Es uma MULHER com muita força e coragem, pois muitas mulher não são, não eram e nem serão capaz de fazer aquilo que tu foste capaz de fazer!!!!
Beijinhos para ti e para a tua filhota
Beijocas de Bruna

 

At julho 19, 2006 3:56 da tarde, Anonymous Anónimo

GRANDE MULHER !!!
TEXTO DE GRANDE CLARIVIDÊNCIA E AMOR PELO PRÓXIMO.
VÁI À LUTA, NÃO DEIXAREI DE LER O TEU BLOG.
DESEJO TODA A FELICIDADE DO MUNDO PARA TI E PARA OS TEUS MAIS QUERIDOS !
OBRIGADO POR ENRIQUECERES A MINHA EXISTÊNCIA COM SER.

 

At julho 19, 2006 4:32 da tarde, Blogger Elisheba

...que mais acrescentar, apos estes comentários???Repetir-me-ia!!

Mas não posso deixar de manifestar a minha grande admiração pela coragem que expores o teu testemunho como por teres enfrentado tudo isso com grande capacidade!! Os testemunhos são muito uteis no sentido da podermos dar aos outros a nossa empatia pelas sua dores, a nossa ompreensão pois não há duvidas que só compreende quem passa por elas.Ès certamente mais madura e conciente e faço votos para que esse coração não tenha feridas profundas mas aprendizagem; que a tua alma esteja em alegria e não com mágoas do passado. O passado é tão importante!!!A nossa infância é a base, a estrutura do nosso futuro, o pilar do ser-humano em adulto!Faço votos tambem para que cuides não haver fantasmas a rondar-te!!

Compreendo-te. O meu primeiro casamento foi um fracasso. Agora estou bem!!


Beijos grandes...sempre em frente!

 

At julho 19, 2006 8:49 da tarde, Blogger viajante

mulher de coragem

 

At julho 19, 2006 9:42 da tarde, Blogger Araj

Grande Post.
Fiquei sem palavras...
GRANDE MULHER!!!cexigzqu

 

At julho 19, 2006 10:43 da tarde, Blogger Maria

Parabéns... Não consigo dizer-te mais nada. Eu como escondo os meus fantasmas todos numa caixinha, no sitio mais escuro do sotão, fico sempre sem palavras pois acho que é preciso muita coragem para se falar assim...

 

At julho 19, 2006 11:05 da tarde, Blogger 125_azul

Também confundiste ânsia com amor... é a doença do século. Ainda bem que deste um passo em frente,menina valente! Beijinhos de afecto triplicado pela dor e pela coragem!

 

At julho 20, 2006 12:07 da manhã, Anonymous Anónimo

És linda...Amei o teu testemunho..A vida ira compensar-te pela graaaaaande mulher q es! Torço por ti ;) Bjuuuuuuuuuuuuuuuus

 

At julho 20, 2006 12:13 da manhã, Anonymous Anónimo

Ai eskeci-me...e a sorte q a tua rica filha tem???!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! xi

 

At julho 20, 2006 9:20 da manhã, Blogger Totoia

Parabéns pela força, pela coragem e acima de tudo por quereres ajudar os outros, isso é de um ser muito acima.

Felizmente tenho uma relação feliz e equilibrada, mas já tive momentos em que por falta de amor próprio suportei coisas que agora me parecem inacreditáveis.

Um beijinho para ti e para a tua filha.

 

At julho 20, 2006 2:29 da tarde, Blogger Menina Rabisco

Eu também sou uma mulher que ama demais. Compreendi isso recentemente, mas ainda me faltam muitos passos para chegar à cura.

Também eu estou a fazer esse percurso sozinha. Infelizmente, não tenho possiblidade de recorrer aos psis. Como tal, estou a recorrer à leitura livro, que provovalemente conheces: Mulheres que amam demais da Robin Norwood; e estou a recorrer à escrita. Comecei a escrever um diário de pensamentos, emoções e onde também analiso o livro, procurando sempre olhar para mim. Já descobri o motivo pelo qual amo a dor. O que para mim foi uma grande conquista.

Para além disto também comecei a escrever um blog, para tentar vencer o meu medo de me expor. Receio que no blog não esteja a ser tão bem sucedida como no diário, mas julgo que com o tempo lá chegarei.

Sei que tenho muita coisa para descobrir e, neste aspecto, acho que se tivesse acompanhamento tudo evoluiria mais rápido.

Desculpa, este desbafo, mas soube bem encontrar alguém que já sentiu como eu me sinto. A tua experiência de vida vai ser um guia para mim. Obrigada!

 

At julho 20, 2006 3:45 da tarde, Blogger ...

Desculpa estar a intrometer-me no teu cantinho, mas quando vi que eras do Ribatejo não resisti a entrar.
E não resisti a ler o que escreveste. Não é meu hábito ler mail's tão compridos, mas estava a ler e a imaginar tudo.
Também estou numa fase de que acho que o sexo oposto não quer nada comigo. E isto foi de repente.
Magoaram-me muito e, curiosamente, a pessoa em causa tinha muita coisa de que referes. A faltra de amor dos pais, nem como por si própria. E quanto mais eu fazia para a ajudar, parece-me hoje que pior fiz.
Sim, fiquei magoado demasiado e nem sei que pensar do sexo oposto, mas acho que as pessoas não são todas iguais. O que me magoa é a injustiça.
Bem, fico-me por aqui.
Fica bem.

 

At julho 20, 2006 4:46 da tarde, Blogger Aragana

Caro amigo Godi(inho) (ou Puto) (ehehehe - tavas a pedi-las)... (ah pois é)

...eu nao tenho o ego a rebentar... acredita que nao.

Fico apenas contente se puder ajudar alguem... tas a ber?

De resto, ando toda peace and love... (e agora faz conta que até tou a fumar e a levantar os dedos em V - LLLLOOOOLLL)

(o calor dá para isto..)

BJUS!

PS - Obrigado a todos pelos comentários!
Sempre que acharem que alguém precisa de ajuda - deiam-lhe um abanão e contem-lhe uma história ;)

 

At julho 20, 2006 11:12 da tarde, Blogger Angela

Parabéns! Acho que ganhar uma filhA já é merecer ser mulher e terás muitos resgates pela frente!
Saude e alegrias para as duas meninas!
Grata pela visita.