sexta-feira, setembro 22, 2006
Muita tinta tem corrido nos jornais por causa dos professores e das reformas que o ME quer implantar.
Pois eu digo que tem corrido muito pouca.
Ainda hoje li no DN Online “Há poucos alunos e nem os melhores são muito bons” – é a verdade, infelizmente, é a verdade.

Nos 12 anos que estive na escola poucos professores me marcaram pela positiva. São mais os que lembro por terem sido chanfrados, bêbados ou problemáticos do que os que me lembro por terem sido uns apaixonados pelo ensino. No entanto, não deixei de ser uma aluna acima da média. O pouco que se dava nas aulas assimilava e o que estudava em casa ficava latente também. No fundo, acho que o que sempre me safou foi a retórica sobre o conhecimento que adquiria.
Tive uma professora de português no 7.º ano que conseguiu apaixonar-me pela língua. Pela perfeição na escrita e na gramática. Ainda hoje me lembro de como me ensinou a diferença na aplicação do “tracinho SE” e os “dois esses” e mais alguns truques.
Também me lembro da professora de inglês do 9.º ano que tinha pavor de Satanás e do livro de S. Cipriano, cortava o cabelo sozinha e gabava-se dos penteados à pedrada que fazia e das grandes aulas sobre Herbalaife que nos dava. Ou mesmo da professora de Francês que afugentámos da escola (meteu baixa e estivemos 1 mês à espera de Prof.) após umas quantas vezes em que lhe relatámos as nossas aventuras imaginárias a apanhar ratos nas salas de aula. Do professor de matemática que dava aulas de costas para nós e falava numa versão da língua portuguesa que não entendíamos e de nada adiantava perguntar. Entre outras.
Dava para fazer uns quantos posts com as pancadas dos professores que tive na passagem pelo ensino.

A minha Araganita mudou de professor. Agora na 2.ª classe tem uma professora que disse que vai ficar nos 3 anos que faltam da primária. Logo no segundo dia trouxe um recado que não tinha feito nada o dia todo. Fiz um grande discurso tipo bancada parlamentar chateada sobre responsabilidade e aprendizagem. Ainda lhe dei um castigo. Mas, fiz perguntas sobre a atitude da professora e fiquei muito intrigada pela situação.
Ela tem 7 anos, é uma criança como as outras. O ano passado teve um professor que a acompanhou, que disse que evoluía rapidamente, me deu os parabéns pela educação e acompanhamento que eu lhe dou e disse que era das melhores alunas que tinha. O professor fez um excelente trabalho com eles todos, tão bom que as outras professores transferiam os seus alunos mais problemáticos para a aula dele.
Tive muita pena quando ele não conseguiu a colocação.
Pelo que vou percebendo, agora veio uma professora desinteressada. Que passa as coisas no quadro e não vê se eles passam ou não. Se fazem não é importante, no final do dia passa recado aos pais. Pelos visto não ralha e após uma semana de aulas, a minha filha, em resposta á minha pergunta diária sobre “O que aprendeste hoje?” continua a responder “nada, fiz cópias…”.
Como a minha avó diz; “a procissão ainda vai no Adro”, mas é muito mau início. Muito mau presságio.
Vou continuar a fazer o meu papel e a incutir-lhe a responsabilidade a fazer com que entenda que tem de trabalhar e evoluir. Mas também vou estar atenta ao desempenho da professora e garanto, que vou expor o seu trabalho sempre que achar que não está a ser bem feito, entre outras coisas. Pode não dar em nada, como tudo neste país, posso até estar a fazer um juízo precipitado (e gostava que sim), mas já me estou a preparar!

Não concordo que os professores deviam de ser avaliados pelos pais, mas sou a favor de serem avaliados pelos aproveitamentos que as turmas obtêm! Afinal, nós todos somos avaliados pelo empenho e resultados que obtemos na nossa profissão, ou não? Eu sou! Sem resultados, não há palhaços!

Se lerem o artigo do link aí em cima podem constactar que um docente com 15 anos de serviço ganha o mesmo que o colega espanhol ou francês (contrariando os números salariais de todas as profissões face à UE!), por isso, não é por falta de salário que não trabalham!

Contudo, não vejo a maioria dos outros pais a partilharem o mesmo entusiasmo que eu na participação escolar e na evolução dos miúdos (devem de estar a pensar como vão pagar a viagem de sonho às Maurícias).

Vamos ver como corre o primeiro período. Vou estar atenta, muito atenta, ao trabalho de pelo menos uma docente!

Bom fim-de-semana!
 
posted by Aragana at 11:45 da manhã |


21 Comments:


At setembro 22, 2006 12:23 da tarde, Blogger Blossom

E quem é que avalia os professores? Os professores mais antigos, que se estão a CAGAR para tudo? Não querem fazer nenhum o dia todo, têm redução de horário e ganham muito mais do que os tristes que andam desterrados de um lado para o outro.
Em relação aos salários, os professores contratados, os ditos desterradpos, ganham consoante o horário que tenham. Bem sabes que o meu Esquilo ficou com 8 horas, no Car§€£@%$ mais velho, a 200 e tal km de casa, e sempre que o ME vem culpar os professores e tirar-lhes regalias, é a estes que isso atinge, não os filhos da puta que estão no topo da carreira, ganham mesmo muito bem, coçam os co#"%& o dia todo, estão-se a borrifar para os mais novos e para os alunos e no fim, ainda vão avaliar os mais novos! É uma anedota!!!E quem não progrediu na carreia, vê-se agora impedido de o fazer, porque NÃO há progressão na carreia, estando o estado a sustentar os pançudos dos velhos que deviam era estar todos reformados!
Desculpa o desabafo, mas quem convive de perto (e é directamente afectada) a situação por que os professores contratados têm de passar, tem de se sentir assim revoltada...

(também deve ser por estar OUTRA VEZ a dar o iglesias em versão nonstop, será que a tipa não se cansa:all i need...?)

 

At setembro 22, 2006 12:27 da tarde, Blogger Aragana

E como ficam as crianças e adolescentes no meio disso tudo????

B - Eu disse que TODOS os professores deviam de ser avaliados pelo aproveitamento das turmas.

E nao te esqueças que com a desilusão dos novos professores face à leis, quem "paga" não pode e não deve de ser os alunos!

 

At setembro 22, 2006 2:44 da tarde, Blogger BÓLICE

'Tás na média alta... És uma mãe bacana. FORÇA. A propósito da cena da prof. de francês que tu tiveste... não me digas que andaste no Júlio Cesar da Pontinha, não? Deve ser coincidência...lol.

BJK e Bom Fim de Semana, ó Aragana.
o resto já sabes... do asta-intÉ....blá blá, nÉ?

 

At setembro 22, 2006 2:49 da tarde, Anonymous Anónimo

Um post interessante com proposta concreta incluída!

Temo no entanto minha cara que a propsta sendo meritória é impraticavel!

Os professores avaliados pelo aproveitamento das turmas. Então e se eles para serem avaliados com notas altas, dão também notas altas aos alunos?
Sim de facto pode haver uma prova geral para aferição de conhecimentos, mas neste caso como "notamos" um professor que leccionou aulas de matémática e outro da mesma escola que leccionou inglês, p.ex.? Ou então dois professores de matemática de um na escola de Chelas, e ou na escola do Colégio Moderno? Não me parecem coisas comparaveis, como tal são potencialmente geradoras de desequilibrios.

Vi com atenção o programa "prós e contras" dedicado à reforma do sistema de ensino, vi o programa com interesse mas fiquei assustado, porque o debate só aqueceu, ou melhor só se demonstrou que haviam diferenças entre o ministério e os professores (no caso sindicatos) quando se chegou à parte da reforma das carreiras, ou seja vencimentos. Acho que para um professor o mais importante será transmitir conhecimento e por isso ser pago condignamente e não, ser pago condignamente para passar conhecimento.

A minha média final (letras) de 12º ano foi 14.3 sendo que a média de todos os alnos de letras foi naquele ano, de 12.5, numa altura em que os alunos ainda chumbavam, a outra escola (situada a 300 mts da minha) apresentou média final para o mesmo curso de 16 valores (4 valores mais), no entanto na extinta mas bem presente PGA da altura, nós os maus alunos de 12 tivemos média final de 15 e os outros muito razoaveis alunos de 16 não chegaram aos 11 valores de média.

Serão os alunos assim tão diferentes?

Bravo pelo tema, e desculpa o tamanho do post!

 

At setembro 22, 2006 2:57 da tarde, Blogger BÓLICE

http://psicologiasdetreta.blogspot.com/2006/09/5-traos-de-personalidade.html

Vão aqui a este post e já vão perceber, ok? Mas entretanto passas lá no meu quintal e ves a ADENDA, porra!

=D

 

At setembro 22, 2006 3:13 da tarde, Blogger Francis

acho muito bem, sim sra miss aragana.

 

At setembro 22, 2006 4:38 da tarde, Blogger S. C. R.

Concordo plenamente contigo. Meio mundo não tem tempo para nada quanto mais dar educação e apoio aos filhos...

Há professores que não estão para aí virados. Fazem as horas passar e pouco mais.

Sou como tu, um dia que seja mãe vou andar em cima do acontecimento, o acompanhamento é fundamental.

Grande beijo

 

At setembro 22, 2006 5:02 da tarde, Blogger Sea

com ou sem professores, have a nice weekend :)
kiss

 

At setembro 22, 2006 5:54 da tarde, Blogger Totoia

Bom, tenho a dizer que te acho uma excelente mãe, e que se houvesse mais mães assim, rapidamente os professores se interessariam mais pelos seus alunos.

Vou tentar não me emplogar neste post, pois este assunto desperta em mim sentimentos muito contraditórios.

Primeiro, tal com tu tive pessoas a dar aulas (não lhes chamaria professores) de merda, não me lembro de nenhum que possa dizer que me ensinou ou motivou para isso, acabei por desitir das aulas, estava sem rumo e aos 17 anos decidi ir trabalhar, infelizmente não tive uns pais presentes estavam demasiado preocupados em ganhar dinheiro para me dar um futuro melhor, irónico não? Com as voltas que a vida dá voltei a escola aos 25, aí sim conheci professores fantásticos e motivados, no privado, alguns preparavam as aulas com antecedência, não é o máximo! Acabei o curso com uma média boa, agora vou começar uma licenciatura de história, vamos ver como vai correr...

Ainda não acho que seja tarde, mas faltou-me na adolescência uns pais presentes e professores competentes.

Um dia quando tiver um filho vou exigir dos professores dele tudo aquilo que deveriam ter exigido para mim.

Por isso a culpa não é só dos professores, mas tb dos pais que não acompanham os filhos e não exigem o melhor ensino para eles.

 

At setembro 22, 2006 6:33 da tarde, Blogger Amanda

ai Ganita! Como te entendo bem! Tendo eu dois filhotes tenho exemplos de sobra desse comportamento habitual nos professores do nosso país. Mas dou-te um conselho, não deixes de falar com o/a presidente/a do agrupamento escolar, noralmente já "conhecem" os "rótulos" dos professores/as e podem ajudar-te como o fizeram comigo qd me pediram para que elaborasse um documento com as queixas sobre uma determinada docente que já há 15 anos que assustava os miudos (porque era só o que ela sabia e queria fazer) e nenhum enc. educação formalizava as queixas. Infelizmente não há muitos pais atentos, mas há sempre alguns, estou ciente que os encontrarás. Força e, se precisares, já sabes! Beijokas

 

At setembro 22, 2006 8:48 da tarde, Blogger 125_azul

Sou como tu, acompanho as meninas, apoio nos trabalhos de casa,faço parte da Associação de Pais... tenho o maior respeito pelos professores, mas há uns que não merecem o feijão que comem.
Enfim, fica de olho!
Bom fdsemana, beijinhos

 

At setembro 22, 2006 10:18 da tarde, Blogger Tia Concha

Aragana,

A minha pior experiência foi na primária, a professora(megera) era amiga pessoal da minha mãe ( imagina senão fosse), e passei 4 anos a levar pancada diariamente, uma vez agarrou-me na nuca e dei com a cara no quadro.

Além da réguadas diárias, sempre 6 em cada mão, tirando o sapato no rabo, a cana, as lambadas com as costa da mão, os puxões de orelha...

E nunca fui malcriada, apenas gostava muito de conversar e falar, mas não é motivo para 4 anos de sevícias.

Enfim,não fiquei traumatizada porque nunca me deixei abater, apesar de tudo, aquela mulher nunca me viu uma lágrima, talvez seja por isso que me custa tanto chorar...

O que me custa foi dizer à minha mãe e ela achar que era exagero, mas há bem pouco tempo saltou-me a tampa e levou com a verdade dos factos...

por isso quem tem filhos, muita atenção...

 

At setembro 22, 2006 10:45 da tarde, Blogger Fallen_Angel

Owa :O)

Eu tive uma prof de matematica que nas aulas começava a "ler" as maos, e contava as suas aventuras em bruxarias... alias ela contava toda a sua vida intima...
bem, era uma tristeza...

Beijinho e bom fim se semana :o)

 

At setembro 23, 2006 7:02 da manhã, Blogger Mana Má

Amiga Aragana desde já benvinda d eférias já tinha saudades de espalhar por aqui a minha Maldade.
Quero dizer desde já que depois de todos os anos que estudei não existe melhor escola que a própria escola da vida seja ela boa ou Má, oque interessa no meio disto tudo é que não é um livro que nos vai ensinar a viver e a reagir perante a sociedade o dia a dia!!!


Um Mau Dia!!!! ;)

 

At setembro 23, 2006 10:29 da manhã, Blogger L

Concordo plenamente contigo. E acho sim senhor, que os professores devem ser avaliados pelos pais, que são os maiores interessados para que eles sejam bons e apaixonados na sua profissão. São os nosso filhos que deixamos nas mãos deles.

Jokas grandes

emn***

 

At setembro 23, 2006 12:29 da tarde, Blogger Caracoleta

Ainda bem que vais estar atenta.
Se todos os pais estivessem atentos não haviam professores a fazer tão mal o seu trabalho. Infelizmente há por aí muita gente a dar aulas porque não arranjou outro trabalho. Eu acho que só devia dar aulas quem estudou especificamente para isso.
Bom fim de semana!

 

At setembro 24, 2006 5:36 da manhã, Blogger vinte e dois

Vão desculpar-me, mas há aqui comentários que foram proferidos com uma ligeireza que acho inaceitável. E como profesor que eu sou, até me senti de certa forma ofendido!

1- pessoas incompetentes, há-as em todas, e repito bem, em todas as profissões.

2- Não me importo de ser avaliada. Considero-me um profissional competente e que não tem medo de ser submetido a uma avaliação. Mas recuso-me a ser avaliado por quem não tem competências para o fazer. Quais são os critérios a serem utilizados pelos pais? O que os filhos lhes contam? Quando eles dizem aos pais para justificar as negativas "o professor não sabe ensinar", quando afinal o aluno passa as aulas com a cabeça no ar ou então em casa não estuda nada! Todos os professores do meu filho são meus amigos pessoas. Vou avaliá-los com "Muito Bom"? E se por acaso, por uma razão pessoal estiver chateado com um deles, vou dar-lhe "Mau"? Se estiver numa aula e repreender um aluno, o que é que eu faço se no final da aula ele vier ter comigo e me disser "Se conta alguma coisa aos meus pais, vou dizer-lhes que o professor não presta a dar aulas"? Calo-me com menos de ser avaliado pela negativa pelo Encarregado de Educação? Os pais vão acompanhar as aulas para saber se o professor é um bom profissional ou não? Quero ser avaliado, sim senhor, mas por alguém nomeado para esse efeito pelo ME e que saiba como avaliar!

3- "Sou a favor de serem avaliados pelos aproveitamentos que as turmas obtêm!"
Eu tenho turmas com um desempenho fabuloso porque os pais, na sua maioria, têm habilitações para acompanhar os filhos. Tenho outras, em que por muito que eu os tente motivar, o desempenho é mau. Turmas com alunos carenciados que chegam a casa e ainda têm que ir para o campo ajudar os pais até às tantas e chegam a casa já sem forças para pegar num livro. Outros têm à espera em casa um ambiente familiar horrivel, com pais alcóolicos, com graves problemas económicos.
Serei então um bom ou mau professor com turmas com um desempenho tão oposto?

4- "Os professores devem ser avaliados pelos pais, que são os maiores interessados para que eles sejam bons e apaixonados na sua profissão."
E no meio disto tudo, qual é o papel dos pais na educação? Sei por experiência própria e por outras de colegas meus, que uma grande maioria dos pais, em casa, deixa os filhos passarem horas e horas à frente da televisão ou da consola de jogos e depois são os primeiros a reclamar que os filhos têm um fraco aproveitamento.

5- "tenho exemplos de sobra desse comportamento habitual nos professores do nosso país"

"Comportamento habitual??"
As pessoas não devem generalizar quando não sabem o que dizem. Se existem casos de professores incompetentes - e sei que os há - para cada um incompetente há 100 que são óptimos profissionais. E a percentagem deve ser a mesma em qualquer profissão!

6- Em época de exame, publica-se a tão esperada tabela com a lista das escolas que obtiveram melhores resultados às que tiveram os piores. Nunca concordei com essa listagem. Como é que se pode comparar os resultados de uma escola de Lisboa em que os alunos têm acesso a toda a informação que necessitam, que têm pais com possibilidades de lhes pagarem todas as explicaçõeszinhas de que precisam com uma escola do interior, onde por vezes os pais mal sabem escrever e os alunos têm uma miserável biblioteca com livros desactualizados e um ou dois computadores ligados à Internet para centenas de alunos.

7- "Actualmente não me parece que ainda existam professores interessados, mas os alunos ainda menos o são."

Pois fique este senhor a saber que existem professores interessados, e bastante interessados que por vezes fazem milagres tendo em conta as carências a todos os níveis que muitas escolas do nosso país têm.

8- E se o nosso país está como está, também é por causa dos políticos que não cumprem os seus deveres, dos funcionários públicos que não trabalham metade do que deviam trabalhar, dos médicos que atendem os pacientes a correr porque têm que ir ganhar 10 vezes mais da parte da tarde para a clínica privada alí ao lado, e outros e outros...
Não gostaram de ler isto? Fui injusto e precipitado? Pois, também acho o mesmo em relação aos professores...

ps: vão desculpar-me qualquer gralha no meu texto. Não foi por ser mau professor, mas porque já é tarde e não reli..

 

At setembro 24, 2006 5:57 da tarde, Anonymous Anónimo

Amiga Aragana:

Tenho uma novidade! O blog Voz de Celénia vai renascer e revelar o meu último projecto... A razão pela qual tenho andado com tão pouco tempo! :)

Aguardo pela tua visita e se puderes depois divulgar...

jinho! Boa semana!

 

At setembro 27, 2006 2:07 da manhã, Anonymous Anónimo

Passei por aqui através de outro blog e este "post" chamou-me à atenção.
Há bons e maus professores, como há bons e maus profissionais em todas as áreas. A maioria é simplesmente mediano, isto é, cumprem o que lhes é pedido e "não dão nas vistas", mas como é obvio há excepções, no bom e no mau sentido. Não sei se os professores portugueses ganham mais ou menos que os restantes europeus. Um professor com 15 anos de carreira, leva para casa, pouco mais de 1000 euros, paga do seu bolso a deslocação para a escola independentemente da distância a que esta fica, (e os parques de estacionamento, se a escola o não tiver) paga também o papel que utiliza nos testes, acetatos para as aulas e a tinta da impressora que os imprime, as canetas e os cadernos de que precisa, os livros que adquire, excepto o da sua disciplina adoptado pela escola que a editora oferece. Muitas vezes, ainda paga do seu bolso materiais para a Área de Projecto e as deslocações e estadia em visitas de estudo. Será isto ganhar muito? Compare-se com os restantes licenciados com 15 de empresa.
O insucesso em Portugal... sim, também é culpa dos professores, mas... e os alunos, os pais, os auxiliares de acção educativa e sobretudo as políticas educativas?
Há vários anos a esta parte que as sucessivas "reformas" parecem ter como objectivo a destruição total do ensino público e o que é que esta ministra descobriu? Que afinal a culpa é dos professores.
Acusou-os de faltarem muito, é verdade que alguns professores faltam de mais, mas em média no nosso país são os funcionários públicos menos faltosos, mesmo considerando que muitas vezes um professor tem falta a uma aula porque ao mesmo tempo tem uma reunião, uma vigilância de exame, ou foi acompanhar outros alunos numa visita de estudo.
Avaliação credível dos professores, sim, mas através das notas dos alunos, só se for em exame nacional e com as turmas a serem atribuidas no início do ano de forma aleatória, não como até agora em que os professores mais velhos escolhem as melhores turmas e deixam os casos bicudos para os outros, senão temos todos os alunos passados com grandes notas sem saberem nada, porque os professores também têm família para sustentar. Duas categorias profissionais, com os colegas mais "antigos", a precisar de reforma, com cursos de bacharéis e nalguns casos nem isso e com as turmas "escolhidas a dedo" a avaliarem os professores mais novos, com licenciatura, mestrado ou doutoramento e turmas extremamente problemáticas, como preconiza a senhora ministra, está fora de questão, só ela é que ainda não percebeu isso. Concordo quando diz que o que divide professores e ministério é essencialmente o estatuto da carreira, porque a proposta da senhora ministra é uma obra de ficção, acrescida de artigos profundamente hilariantes. Mas a larga maioria dos professores é contra os actuais currículos resultantes das últimas reformas só que a opinião dos professores não é tida nem achada nessas decisões, os professores leccionam os conteúdos que o ministério quer, no tempo que ele quer, com o número de alunos que ele determina e nem "piam".

Peço desculpa pela extensão do texto e por algum erro de português mas dado o adiantado da hora não tenho tempo para rever.

Faz muito bem em acompanhar o percurso escolar da sua filha, o mais próximo que puder e sempre que tiver algum reparo em relação a algum professor apresente-a ao Orgão de Gestão do agrupamento de escolas a que a escola da sua filha pertence, eles estão lá (também) para isso.

 

At outubro 01, 2006 2:38 da tarde, Blogger Apache

Ó Elsa, estou a falar de vencimento líquido... Se for preciso posso "publicar" a tabela salarial dos professores, talvez assim se perceba melhor a diferença entre o que se diz (senhora ministra incluída) e a realidade dos factos!

 

At outubro 01, 2006 6:23 da tarde, Blogger Ana Oliveira

Vim comentar neste blog a respeito do livro de S. Cipriano. Conheço uma rapariga k está interessada em lê-lo, pois uns amigos dela dizem k quando lês o livro falas com o Satanás e tens de ler o livro até ao fim senão acontece-te algo ruim, podendo mesmo ser a morte.
Tb soube k gostavas de lendas urbanas, então visita o meu blog clicando em cima, vais ver, vais adorá-lo!